Silêncio

Em silêncio...

Quando o sopro se esvai e encontramo-nos com a crua dor da partida, calam-se as vozes formigueiras que tão intensamente lavram na mente e fica um vazio desmedido.

em silêncio fico porque em silêncio também vou.

Uma pequena história

Voltei a escrever aqui passado tanto tempo e porquê?

Porque por raios e coriscos conheci uma fonte, uma fonte inesgotável de vida, forma de amor que transmigra e se reinventa, uma dose de caracóis servidos com uma imperial geladinha num final de tarde quente de Junho, brisa que sopra na nuca e que arrepia, um trovão que põe o coração a bater...

e naquela ribeira trocaste o lençol por um CD e meteste todos os peixes a dançar, abalroado pela fantasia chego-me ao pé, a terra desliza e aterro no lodo, levanto os olhos e limpo a areia com as mãos e vejo-te ali tão perto com os tornozelos cheios de lama a mexerem-se num ritmo doce e poderoso como se o universo colidisse em milhões de partículas e que tudo começasse de novo. Minha destruidora e criadora do mundo...